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João Jacob Mehl - Diretor Presidente da Paraná Turismo - Paranatur

5 perguntas para o presidente da Paranatur

Diretor Presidente da Paraná Turismo, a Paranatur, João Jacob Mehl, acredita que os estudos feitos pela entidade ano passado poderão embasar ações para orientar a retomada do turismo no Paraná. Para isso, a Paranatur conta com uma verba do Ministério do Turismo para divulgação e com a perspectiva, próxima, do paranaense poder reverter seus créditos no Nota Paraná em compras para lazer no Estado.

A Paranatur já tem uma estimativa de como a Covid-19 afetou o turismo no Paraná em 2020?

João Jacob Mehl, Diretor Presidente da Paraná Turismo – Não resta dúvidas de que o setor do turismo foi um dos primeiros entre os que sentiram a crise bater à porta e está entre os mais prejudicados. De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima-se uma perda de 21,5% para o setor do turismo no biênio. Porém, há regiões no Estado, como Foz do Iguaçu e Morretes, nas quais a taxa de dependência do turismo chega a superar 50% e, portanto, são locais onde o impacto acaba sendo muito maior. Outro dado que demonstra os impactos da pandemia no turismo é que 65% das empresas do setor demitiram pelo menos uma pessoa no período e que menos de 6% fizeram contratações. Esses dados por si só já demonstram o quanto nosso setor foi prejudicado. Nesse sentido a Paraná Turismo realizou duas edições de um estudo de sondagem dos impactos do turismo e também das perspectivas dos potenciais dos turistas em realizar viagens. Esses estudos, somados aos estudos nacionais e internacionais bem como as tendências, embasam o trabalho da Paraná Turismo.

Ajudando a divulgar o Estado no Festuris/Foto: Paraná Turismo

O que a entidade está fazendo para impulsionar o turismo em 2021?

Jacob Mehl – Em parceria com o governo do Estado e entidades do setor, articulamos, assim que surgiram os primeiros reflexos do coronavírus, o Projeto de Retomada do Turismo no Paraná, que caminha a todo vapor. A principal meta desse projeto é possibilitar a recuperação a partir do turismo regional, com viagens até de 200 km dentro do próprio Estado, principalmente nos segmentos ecoturismo, aventura e rural.

Entre os meses de março e abril de 2020 fizemos um levantamento de doze mercados emissores (de onde partem os turistas) dentro do Estado. Os polos emissores são: Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Umuarama, Campo Mourão, Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu, Pato Branco, Francisco Beltrão e Guarapuava. A definição desses doze pólos ocorreu em função da densidade populacional e da capacidade de renda.

Ainda em 2020 desenvolvemos a Campanha “Não Cancele, Remarque”, elaboramos manuais de conduta segura, (protocolos sanitários) para os diversos setores econômicos do turismo e incentivamos a adesão ao Selo Turismo Responsável do Ministério do Turismo.

Quais os destinos que a Paranatur acredita que possam atrair tanto o turista paranaense quanto o brasileiro?

Jacob Mehl – O Paraná é repleto de destinos para todos os tipos de turistas. Mas, podemos destacar, sem dúvidas, como principais indutores Foz do Iguaçu e região; Curitiba e a região conhecida como Rotas do Pinhão; Vila Velha e os Campos Gerais, além, é claro, de Paranaguá junto com a Ilha do Mel e todo o Litoral do Paraná. Apostamos ainda na Área de Interesse Turístico Angra Doce e a região no entorno.

O Paraná é dividido em quatorze regiões turísticas, com uma enorme variedade de atrações. São belezas naturais inigualáveis, com grandes redutos de Mata Atlântica preservadas, rios, cachoeiras e ilhas. Tudo isso é completado com um riquíssimo acervo histórico e cultural, além de muitas alternativas de lazer e gastronomia para os diferentes perfis de turistas.

Como a Paranatur vai aplicar seus recursos para apoiar o turismo do Paraná neste ano?

Jacob Mehl – A Paraná Turismo firmou um convênio com o Ministério do Turismo. Esse convênio é de R$ 500 mil, com contrapartida de R$ 12 mil de nossa parte. Para a obtenção do recurso, a Paraná Turismo, com apoio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), cadastrou uma proposta de promoção de destinos junto ao MTur. Depois de uma análise, e posterior aprovação, pela Secretaria Nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, o contrato foi firmado no final de dezembro.

Com relação à aplicação dos recursos, será executada em parceria com a Secretaria de Comunicação e Cultura do Estado uma extensa campanha publicitária de promoção do turismo do Paraná. Temos como metas estabelecidas para essa campanha: 1) Criação de materiais para o Litoral do Paraná (Impressão de mapas e de cadernetas promocionais) que serão distribuídas entre fevereiro de 2021 e janeiro de 2022; 2) Desenvolvimento e veiculação da Campanha “Paraná para o Paranaense”, que será divulgada em canais de televisão e em emissoras de rádio de todo o Estado.

Com isso, os principais resultados esperados são o reaquecimento da economia do setor do turismo; fortalecimento e ampliação da oferta de produtos turísticos paranaenses; maior visibilidade das quatorze regiões turísticas para o paranaense; geração de novas redes de contato e de produtos consolidados.

No lançamento do projeto Pedala Paraná/Foto: Paraná Turismo

Existe projeto do programa Nota Paraná poder ser utilizado para gastos com o turismo no Estado. Tem uma data para seu lançamento?

Jacob Mehl – Esse projeto foi estruturado lá no início da pandemia, em uma parceria entre a Sedest, a Invest Paraná e nós da Paraná Turismo, e tem o intuito de vincular o turismo ao aplicativo Nota Paraná. O objetivo é o de direcionar prêmios dentro dos sorteios do Nota Paraná aos empresários e empreendimentos turísticos na perspectiva do turismo regional.

Então, os empreendimentos que seguirem os critérios de estarem em municípios que fazem parte do Mapa Brasileiro do Turismo, estiverem regularizados no Cadastur e tiverem aderido ao Selo Turismo Responsável, poderão ser cadastrados no aplicativo Nota Paraná. Por outro lado, os visitantes que queiram consumir algum produto turístico poderão utilizar seus respectivos valores através dos sorteios mensais direcionados ao turismo.

O projeto está na fase final de modelagem junto às carteiras digitais, como o Picpay, por exemplo, conhecidas também como “fintechs”, que vão fazer o repasse do recurso junto aos empreendimentos que tiverem aderido a elas. A Secretaria de Estado da Fazenda já autorizou e já há uma resolução favorável quanto à implantação do Paraná Pay. A partir do momento em que as carteiras digitais forem cadastradas no programa, seguiremos para a fase de inauguração e isso será divulgado assim que possível.

Texto: Jornalista Jean Luiz Féder – Editor da Now Boarding, associado da ABRAJET PR