Waldir Martinez vai fazer falta à Marli, sua esposa por meio século, às suas filhas e aos seus netos. E à nós da ABRAJET também. Jornalista que almoçava e jantava turismo, ele encontrava forças para escrever sua coluna na Revista do Turismo, de João Pessoa – eu ainda colaboro com a revista do Fernando Onofre – mesmo nos períodos mais agudos da doença que o roubaria de nós. Privei de sua companhia por mais de 3 décadas e acabamos nos tornando amigos, quando a seu convite me tornei Diretor da seccional de São Paulo da nossa Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – ABRAJET, de onde sairia para me tornar seu Presidente Nacional.
Ele se batia permanentemente para que a ABRAJET só aceitasse em seus quadros jornalistas profissionais, e foi por esforços dele e do Ricardo Guerra, pernambucano de boa cêpa que a entidade se consolidou como expressão do jornalismo profissional de turismo, (essa exigência faz parte do Estatuto da entidade). Na relação que cultivamos ao longo desse tempo, tivemos alguns entreveros, mas em seguida íamos sempre almoçar, para ele reiterar: “mais que nossas divergências pessoais, está sempre uma amizade, e amigos não se descarta”.
Sua ausência pode tirar de nós também um dos poucos jornais independentes do turismo brasileiro, O Metropolitano, de São Paulo, que ele sustentava com sua garra, nem sempre pensando de onde iria tirar recursos para pagar a gráfica. Ele ocupava uma destacada posição de Editor e dono de veículos exclusivamente voltados para a difusão do turismo, como fazem, muitos jornalistas brasileiros cuja lista não publicamos, por ser muito extensa.
A família Martinez perde um grande chefe, nós perdemos um grande amigo, e o turismo brasileiro perde um ícone na luta pela preservação do caráter profissional do jornalismo de turismo.
Texto: Helcio Estrella, jornalista associado a ABRAJET-SP, Ex Presidente da ABRAJET Nacional