jornalista Ricardo Guerra frupel@uol.com.br

Ser o jornal mais antigo em língua portuguesa do mundo já é demais. Acumular com a condição de ser o jornal mais antigo em circulação na América Latina é tudo. Estas são as principais referências do nosso Diário de Pernambuco que acaba de completar 200 anos de circulação.
Há, no entanto, um aspecto que venho dando a maior importância ao DP. Qual seja? O seu pioneirismo. O Diário sempre se destacou por ser o veículo por atender os principais anseios da sociedade civil organizada, quer no sentido público ou privado. O Diário representa a busca incessante de transmitir as metas econômicas e sociais do que a população sente, urge, reivindica, aplaude e protesta. O caráter do pioneirismo do nosso Diário.
Tenho uma história particular dentro deste pioneirismo. Peço licença pela ousadia, ao meu fraterno amigo Ângelo Castelo Branco por quem tenho a maior admiração e apreço. Amizade de seis décadas. Desde os tempos do Colégio Nóbrega.
Em 1987, presidia o Diário de Pernambuco, Antônio Camelo, e Castelo apresentou um belíssimo projeto para a criação daquele que seria o Primeiro Caderno de Turismo da imprensa pernambucana. Era perfeito. Reportagens locais, estaduais, regionais, nacionais e internacionais. Colunas diversificadas. Do editor, do ícone Paulo Fernando Craveiro e a famosa Passaporte do grande João Alberto Martins Sobral. Camelo não titubeou. Projeto aprovado. CT nas ruas, todas às quartas-feiras. No Baile Municipal de 1988, realizado no Clube Português do Recife, Castelinho que era meu frequente convidado, adentra ao nosso camarote, trazendo o nosso Camelo. Destaco que Castelo já houvera me convidado para participar do quadro do CT. A conversa foi bem objetiva e sob os clarins de momo, aceitei para minha honra integrar a equipe do CT sob o cognome de Jorge de Holanda, uma vez que o meu nome completo é Ricardo Jorge de Holanda Guerra.
No dia 18 de maio 1988, com o texto intitulado “EDINBURGH, uma agradável surpresa”, eu estreava no Caderno de Turismo. E aí, se sucederam 188 textos entre matérias/reportagens até 29 de maio de 1997, quando meu nome constou pela ultima vez no expediente do CT. Passei por vários editores, além de Castelinho. Inclusive Paulo Fernando Craveiro a quem apreendi estimar e admirar; Valdelusa D’Arce que houvera sido colega do curso de Jornalismo da UNICAP. Grande Val! Confidente. Foi no tempo que passou uma forte ventania no prédio da Pracinha do Diário. Saímos todos. Valdelusa D’Arce, Moema Luna, Adriana Reis, Roberto Cavalcanti.
Bem daí, seguimos batalhando no Turismo e na imprensa. Criamos a Revista Turisnews, cujo Conselho Editorial era formado por Carlos Garcia, Olbiano Silveira, Valdelusa, saudosos amigos. O imortal Roberto Pereira e eu. Aqui, um preito de gratidão. Se diz que gratidão é divida que não prescreve; acrescento: é dívida que jamais se quita. Minha gratidão a João Alberto Martins Sobral. Ele levou a sua importantíssima coluna Passaporte para Turisnews na maior demonstração de apreço para comigo, fidelidade, amizade mutua e incondicional desde os tempos da Nova Geração.
Este artigo foi publicado no Diário de Pernambuco edição de 05/12/2025.