CAPANEMA, NO SUDOESTE DO PARANÁ, DESCOBRIU HÁ CERCA DE TRÊS ANOS QUE PODE OFERECER TURISMO DE QUALIDADE. Ao lado do Parque Nacional do Iguaçu com seus quase 170 mil hectares de área protegida, o município entendeu que pode conciliar turismo com preservação ambiental.
Por isso o turismo em Capanema é de aventura e contato com a natureza.
Capanema viveu uma situação extrema quando há 18 anos foi fechada a Estrada do Colono, um trecho de 17 km que, passando pelo Parque, ia até Serranópolis. O município perdeu população e arrecadação. A equipe da Now Boarding esteve na ponta de acesso à Estrada e pode verificar que ela está tomada pelo mato mas ainda se nota a presença de algum calçamento onde aportavam as balsas. Esteve, também, na foz do Rio Floriano, o único que nasce no Parque e no qual não é permitida navegação o que o torna, quem sabe, um dos rios mais bem preservados do país.
Cidade com cerca de 18 mil habitantes, ela transpira tranquilidade, com um tempo próprio de viver a vida. O comércio tem, ainda, algumas lojas que fecham para o almoço e de ser ver, às 6h30, crianças de 5, 6 anos, indo a pé, sozinhas, para a escola.
É verdade que a cidade ainda está se organizando para receber seus turistas, mas já entendeu que são importantes para a economia do município e é muito interessante viver essa transformação. Nos restaurantes, por exemplo, os donos ainda estão de olho em tudo.
E, desde janeiro, essa transformação ganhou um impulso com o início da operação do Macuco EcoAventura Capanema. São 21 tipos de passeios oferecidos tendo como principal personagem o Rio Iguaçu e, como a cereja do bolo, a intocada e preservada floresta de mata atlântica.
Duas das trilhas oferecidas como passeio – Silva Jardim e Taquara – vão ao encontro de cachoeiras e percorrem a mata onde bem antes de 1500 só viviam índios Tupi Guaranis. Então, você está pisando, olhando, observando uma floresta tal e qual foi avistada pelos descobridores, já que a mata atlântica era o Brasil de antigamente. Esses passeios (barcos levam até as trilhas e por isso é recomendável, mesmo com sol, levar um casaco corta vento) são acompanhados por guias treinados que explicam tudo o que se vê na trilha, de espécies de árvores a pegadas de animais.
As trilhas podem ser percorridas com sol ou chuva (dependendo, lógico, da intensidade) e, aqui, cabe repetir a frase título dessa matéria, de Marco Gazzoni, diretor de Turismo de Capanema: “Cada vez a natureza dá um presente diferente”. É que se percorrida em dias ou até horas diferentes, a trilha muda de aspecto, seja pela luz do sol, pelo clima, pelas condições das trilhas até chegar à queda do Silva, com seus 8 metros de altura e 50 metros de largura, e a do Taquara, onde é possível se banhar. A primeira, tem 6 km entre ida e volta; a outra, 1,6 km. Crianças podem ir, mas não será muito difícil elas pedirem colo no meio do caminho.
Outra atração é dormir na ilha do Sol. No meio do Rio Iguaçu há uma estrutura com tendas, todas com ar condicionado, frigobar, chuveiro a gás, wi-fi e tv a cabo. Podem comportar até doze pessoas no total e oferece três refeições. Nesta ilha, de 16 hectares, há macacos, capivaras e até jacarés, além de trilhas.
Todo o leque de passeios que o Macuco oferece, como rafting e floating, estão no macucoecoaventura.com.br.
HOSPEDAGEM
Capanema tem quatro hotéis:
Goldoni Hotel Avenida – Simples, oferece apartamentos standard, luxo e VIP. Tem piscina, sala de ginástica e sauna. Estacionamento. goldonihotel.com.br
Hotel Tito’s – hoteltitos.com.br
Hotel Magestic – facebook.com/pages/Hotel-Magestic/1689850014611259
Hotel Vitória – (46)99917-2921
Existem campings: o Urutau (campingurutau.blogspot.com), Pedra do Biguá (facebook.com/pages/Pedra-Do-Biguá/184956291856633) e Recanto Colussi (facebook.com/recantocolussi). Outra opção é consultar o Macuco e ver hospedagem para mais dias na Ilha do Sol.
ALIMENTAÇÃO
Você tem um desafio em Capanema. Tentar devorar o X Cabana no Gui Lanches. É um sanduíche para quatro pessoas com pão, maionese, tomate, alface, bacon, calabresa, quatro hamburgers, quatro ovos, queijo, pepino, ovo de codorna, azeitona, batata frita, carne de gado ou frango na chapa. Desafiador, mas delicioso. facebook.com/gui.damaboiczuk
No restaurante Lüersen (Av. Independência, 915), buffet por quilo.
Já no Blit’s, pizzas, pratos à la carte e petiscos. facebook.com/blitscapanema
E no Ampessan (facebook.com/RestauranteAmpessanCapanema), restaurante e pizzaria.
COMO CHEGAR
Fica a 565 km de Curitiba, pela BR-277 (com inúmeros pedágios), numa viagem que, de carro, pode levar 8 horas.
De ônibus. A empresa Princesa dos Campos (princesadoscampos.com.br) tem ônibus convencionais todos os dias saindo às 21h e chegando às 7h10. O retorno é às 20h chegando a Curitiba 6h10.
Avião. Há opções de chegar por Foz do Iguaçu (224 km pelo Brasil ou 120 km pela Argentina), Cascavel (122 km) ou Pato Branco (160 km). Nesses casos é possível solicitar transfer nas agências Nestur (46-98804-9998), Zecatur (46-3552-1774) ou Iseppi Turismo (46-99938-4285).
O QUE FAZER
A cidade é tranquila, tudo pode ser feito a pé. Às terças e sextas, no final da tarde a Rua Coberta recebe a feira do produtor, boa para conhecer os produtos locais. Na Casa do Artesão (Av. Brasil, 145), tricôs, peças em madeira, roupas para bebês e adultos, tapetes. Em outro município, Planalto, a 10 minutos de carro, vale a visita ao Alambique Matraga e a degustação das cachaças Ouro (7 anos) e Prata (3 anos) e de diversos licores como os de Pétalas de Rosa, Butiá, Erva Doce e Nêspera, entre outras. facebook.com/alambiquematraga. E, a 45 minutos, está Comandante Andresito, cidade argentina, onde se pode comprar vinhos.
Fonte: Jean Luiz Féder – Abrajet Paraná/PR – Now Boarding