Foram duas manhãs de apresentações de temas e cases de superação no Meeting Festuris, no Serra Park. A abertura dos conteúdos ficou à cargo do diretor-presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, que destacou o tema “O que está por vir? “Desafios da retomada e o futuro”, destacando a retomada das viagens e novas funções de trabalho. Ronaldo Santini, secretário de Turismo do RS, destacou que as outras regiões e estados precisam olhar para a Região das Hortênsias e Vale dos Vinhedos como um case de sucesso e seguir exemplos. “Eu disse que o Turismo seria maior que o Agro no Rio Grande do Sul. Temos um potencial enorme aqui em nosso estado. E para vendermos isso precisamos ter convicção, pois vendemos somente aquilo que a gente acredita”.
Na sequência, o presidente do Conselho Administrativo das Lojas Renner, José Galló, falou suas experiências sobre os momentos de dificuldade com o tema “Encantar o cliente vence qualquer crise”. “As crises são grandes depuradores. Elas tiram do mercado quem é incompetente, não é competitivo e não tem uma proposta de valor diferenciada. Para entregar mais do que a concorrência é preciso conhecer muito bem o cliente. Encantar o cliente significa estar preparado para resolver problemas. Hoje um cliente quer soluções, agilidade, rapidez, não quer esperar. Mas não basta você fazer sozinho, é preciso levar isso para a equipe e disseminar essa cultura na empresa”, afirmou Galló.
Ana Clévia, coordenadora de Turismo na Unidade de Competitividade do Sebrae Nacional, destacou sobre “O turismo na nova economia”. “Os dois pilares da nova economia do turismo são tecnologia e pessoas, tendo como grande plano de fundo a sustentabilidade em todos os seus eixos. Se vocês querem ter sucesso nos seus negócios, criem comunidades e conectem pessoas. E para isso utilizem a tecnologia, que hoje nos permite vivenciar este sentimento de comunidade.”
Em seguida Richard Abbade, diretor na On Time Seguro Viagem, versou sobre “Como a crise pode gerar novos caminhos e clientes”. A diretora na Stanfer Viagens e Turismo e administradora do Grupo UNAV (União Nacional das Agências de Viagens), e apontou como a organização com quase 400 agências de viagens se movimentou na pandemia. “Começamos a fazer treinamentos e buscamos capacitar o mercado, auxiliando as agências para nos mantermos mentalmente sãos. Foi uma espécie de terapia em grupo onde passamos a conhecer e entender a importância de muitas ferramentas que nos fariam crescer para enfrentar a pandemia”, declarou.
O CEO da Gramado Summit, Marcus Rossi, destacou o tema “O que não te contam sobre empreender. Histórias do evento que acertou um tiro na lua”. “Sem propósito e essência não existem negócios. Eu sou uma pessoa incapaz de desistir. Acredito que o segredo do sucesso é fazer um pouquinho do que é certo, todos os dias, durante um tempão. Chegamos em uma época em que as empresas devem parar de vender o que é óbvio. Precisamos vender a mudança que queremos para o mundo. É o propósito e a cultura da empresa que promovem a mudança”.
No segundo dia do Meeting Festuris, a temática da Superação e desafios pós-pandemia prosseguiu com relatos de grupos e de empresas e de pessoas. A união das empresas FlyTour e BeFly foi apresentada pelos empresários Elói D’Avila e Marcelo Cohen. “As empresas não vivem e não sobreviverão se não tiverem o foco nas pessoas: colaboradores, clientes e fornecedores. E nessa crise aprendi muito. A Fly sobreviveu e imaginei em algum momento que não iria sobreviver. Não vamos parar, hoje estamos vivos e valorizando os seres humanos que estão conosco. Ninguém toca nada sem propósito, acreditem em vocês neste momento e não desistam jamais”, disse D’Avila. Marcelo Cohen complementou que durante a pandemia foi reservado capital para aproveitarem as oportunidades e adquirirem algumas empresas. Entre elas está a Flytour, que é hoje o player do mercado no turismo.
Samuel Lloyd, diretor Comercial na Urbia Parques e Estádio Mineirão, apontou que existe um novo consumidor, mais conectado e independente. “A pandemia trouxe muitas transformações, mas a principal delas é redescobrirmos o Brasil. Sem poder viajar para outros países, brasileiros começaram a visitar mais parques naturais”, pontuou Lloyd. Ele discorreu sobre os projetos que estão em andamento nos Canyons da Serra Geral e Aparados da Serra sob a administração da Urbia. Destacou que o ICMBIO continuará cuidando da preservação dos parques e a Urbia fará a parte de complementação, com a criação de infraestrutura para atender a demanda de visitantes. Também esse palestrante enfatizou a importância do ser humano e do respeito às comunidades. “Chamamos as pessoas das localidades e Cambará, Praia Grande e Furnas para trabalhar conosco. Elas têm as memórias e conhecem a realidade e são muito importantes”.
Aldo Leone Filho, presidente da Agaxtur Viagens, que sucedeu o pai na empresa que já tem 68 anos de atividades, destacou estratégias para os agentes de viagens. “O que você precisa fazer é seguir e trabalhar. Nós trouxemos essa transformação para a Agaxtur. Inovação é mexer com a cabeça das pessoas e nós fazemos isso o tempo inteiro. Tem uma coisa importantíssima que aprendemos na pandemia, cuidar das pessoas”, avaliou o empresário que tem 41 anos na empresa. “Comecei com os cargos mais chão, que me deram o suporte para chegar até aqui”, disse.
Trabalhando há 18 anos com turismo o agente de viagens, Victor Hugo Almeida, proprietário da Agência Victor Travel, de Porto Alegre, contou que descobriu a magia e o encantamento do turismo primeiramente com a Tia Iara, uma das agências mais reconhecidas pelo destino Disney e, depois, viajando mais de 40 vezes para a Disney.
Jovane Guissone, medalha de Ouro (2012) e Prata (2021) na Esgrima nos Jogos Paralímpicos, deu um show de superação cativando o público. “Eu sou do interior gaúcho, sempre tive o sonho de ir para o exército e consegui. Aos 22 anos, eu trabalhava como segurança e fui alvo de um assalto. Levei vários tiros e um deles me deixou paraplégico. Falaram que se eu não morresse ficaria na cadeira de rodas. Depois disso me encontrei na esgrima. Tive muitas dificuldades para fazer treinamentos, mas a minha dedicação me levou mais longe. Conquistei minha primeira medalha em 2011, ganhei ouro nas Paralimpíadas de Londres 2012 e em 2021 voltei a conquistar uma medalha paralímpica, desta vez a prata em Tóquio”, relatou Jovane.
Ao final da palestra, o grupo da Semearhis, startup que nasceu há um ano e tem o papel de semear a inclusão foi chamado ao palco. “O eixo que mais promove protagonismo, empreendedorismo, cultura e educação é no turismo. E graças a Deus, junto com o Festuris, tivemos a possibilidade de semear a inclusão. Estamos aqui representando 45 milhões de pessoas deficientes no Brasil, cerca de 25% da população brasileira, em um evento como Festuris, que tem essa sensibilidade de promover e ampliar um caminho sem volta quando falamos de acessibilidade. Fizemos de tudo para que o evento se tornasse ainda mais acessível, pessoas cegas, surdas, com nanismo e cadeirantes. Estamos aqui para mostrar o que é sociedade e o que é humanismo”, destacou a líder do grupo, Letícia Francisco.
Texto: Jornalista Jurema Josefa – Associada da ABRAJET RS