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O modo de fazer queijo minas artesanal vai virar Patrimônio Imaterial da Humanidade/Foto: Léo Bicalho-Secult

O modo de fazer queijo minas artesanal vai virar Patrimônio Imaterial da Humanidade

A ação é parte do Plano de levar Minas para o Mundo que começou em 2020 com a nomeação de Leônidas Oliveira como Secretário de Cultura e Turismo

Os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal vai entrar na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco a partir do próximo dia 28 no Marrocos. É a primeira vez que um bem cultural inscrito no Livro de Registro dos Saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai buscar esses reconhecimento internacionalmente. A iniciativa é do Governo de Minas com apoio do Governo Federal.

A Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais – Secult, não para, é uma usina de ideias e realizações em permanente movimento. A ação tem o apoio da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG), da Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seapa) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater/MG), do Iphan.

Todas essas entidades são responsáveis pela programação da 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, a ser realizada em Rabat, no Marrocos. O evento que começa no próximo dia 27 de novembro, vai até  2 de dezembro. A intenção dessa campanha internacional é sensibilizar o Secretariado Intergovernamental da Unesco acerca da importância Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal e realizar uma maior divulgação da proposta brasileira para o público participante e para a imprensa internacional.

Na bagagem, a exposição do Queijo Minas Artesanal em Workshop que permite aos responsáveis pelo julgamento, uma imersão in loco nos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal, permitindo a degustação de queijos das várias regiões produtoras, além de reuniões técnicas para esclarecimentos.

Leônidas Oliveira, secretário de Cultura e Turismo do Estado está realizando um sonho e cumprindo mais uma etapa do planejamento que propôs no início da sua empreitada em plena pandemia em meados de 2020: Trata-se da terceira parte do Plano Minas para o Mundo.

“A força da cozinha mineira reside nos saberes transmitidos por gerações. Os produtores locais são verdadeiros guardiões de uma tradição que cada vez mais vem sendo reconhecida não só internamente, mas no exterior com os prêmios conquistados pelos queijos mineiros em diversos certames. O título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade vai fortalecer essa cadeia produtiva e projetar ainda mais Minas Gerais no cenário internacional, estimulando o turismo e também os setores da cultura e da economia criativa”, destaca o Secretário.

Após essa participação no evento da Unesco no Marrocos, a perspectiva é dar sequência aos trâmites necessários para a formalização da candidatura cujo prazo é até 30 de março de 2023. Uma das etapas é o encaminhamento de um dossiê ao Iphan, que consolidará informações sobre o bem cultural e a política de salvaguarda desenvolvida pelo Brasil, encaminhando a inscrição à Unesco. A avaliação final desta candidatura será feita até 2024.

O passo mais importante para a busca desse título foi dado em setembro deste ano, durante a 4ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas, evento promovido pelo Sistema Faemg Senar e o Sebrae/MG, em Belo Horizonte. No dia 24/9, a Associação Mineira dos Produtores de Queijos Artesanais de Minas Gerais (Amiqueijo) fez a entrega simbólica do pedido de candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Imaterial da Humanidade ao ministro do Turismo, Carlos Brito, e à presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Larissa Peixoto.

Para a Presidente do Iphan, Larissa Peixoto, a presença de Minas Gerais no evento em Marrocos é resultado das parcerias institucionais que destacam a salvaguarda desse bem cultural: “A candidatura sugerida pelo Iphan, em julho deste ano, vem sendo trabalhada em parceria com os órgãos estaduais e protagonismo da sociedade civil. A presença do Governo de Minas Gerais na 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental será uma oportunidade ímpar de divulgar a candidatura, valorizando as culturas das comunidades produtoras, detentoras dos saberes, que perpetuam os ‘Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal’ nos diversos municípios das regiões abrangidas.”

A ação internacional do Governo de Minas no Marrocos conta com a parceria, apoio e patrocínio da Cemig; Copasa; Sistema Faemg Senar; Sebrae/MG; Gerdau; Centro de Referência do Queijo Artesanal; Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo); Instituto Periférico e Faculdade Estácio.

Sempre que se fala em queijo, Minas está no inconsciente coletivo do povo brasileiro não por acaso. São mais de 30 mil produtores, sendo 9 mil artesanais. O estado produz 40 mil toneladas da especiaria anualmente. Só no Instituto Mineiro de Agropecuária podendo usar o Selo Arte, o que permite a comercialização dos queijos em todo o território nacional, são 112 queijarias.

O estado é dividido em dez regiões onde o QMA é produzido, considerando o clima, o território e a biodiversidade de cada região que conferem sabores e qualidades singulares incorporando nuances e características locais. O resultado é uma diversidade de cores, texturas e sabores que vêm conquistando o paladar dos brasileiros e até dos mais exigentes especialistas.

Recentemente, seis queijos mineiros conquistaram medalhas no World Cheese Awards, concurso realizado no País de Gales. Anteriormente, em 2021, os produtores mineiros conquistaram 40 medalhas no concurso internacional Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, realizado na França.

Histórico do registro do bem cultural:

Em 2002, o Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal foi reconhecido na região do Serro pelo Iepha/MG, sendo o primeiro bem cultural registrado por Minas Gerais como patrimônio imaterial. Em 2008, o Iphan registrou o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, contemplando três regiões: Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre/Alto Paranaíba.

Em 2021, o Iphan alterou o título do bem cultural para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões identificadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). As novas regiões identificadas foram: Araxá, Campo das Vertentes, Serras do Ibitipoca, Triângulo de Minas, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça.

Jornalista José Aparecido Ribeiro – Presidente da Abrajet/MG