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Palacete Joaquim Didier, atual Colégio das Salesianas

Tombar é fazer História e consolidar Turismo

Gravatá/PE, não é uma cidade histórica como Olinda, Recife, Igarassu ou Goiana. É uma cidade centenária e turística. Todo destino turístico leva em conta o aspecto histórico e cultural do produto. Gravatá tem pelo IPHAN tombado a linha férrea Recife-Gravatá construída pelos ingleses no século XIX no trecho entre o distrito de Russinhas até a sede do Município onde fica a antiga Estação Ferroviária, atual Estação do Artesão. O percurso atravessa a Serra das Russas. Rico em atrações. Dentre elas, 14 tuneis e viadutos. A Fundarpe, por sua vez tombou o prédio da antiga Cadeia Pública. Hoje, Memorial de Gravatá (Museu da Cidade).

Museu da Cidade, antiga cadeia pública/Foto: Internet

Quando Prefeito nas duas primeiras gestões, Joaquim Neto (2003-2008) novamente, atual Prefeito com o apoio da Câmara Municipal, considerou bens de interesse público formando um patrimônio equivalente a um Tombo Municipal: quatro belos chalés da Avenida Joaquim Didier, incluindo o Palacete onde morou Joaquim Didier (atual Colégio das Salesianas); o Paço Municipal-Prefeitura, duas casas azulejadas ao lado da Igreja-Matriz na Rui Barbosa além da Igreja dedicada a Santana, no centro.

A título de sugestão, penso que esteja na hora do Prefeito Joaquim Neto ampliar os bens tombados a nível municipal e fazer incluir: o conjunto do Alto Cruzeiro abrangendo a Igreja do Cristo Rei, a Cruz, a imagem do Cristo Redentor obra do arquiteto Caetano Alves Varela e mais, a escadaria da felicidade com 365 degraus. O casario da Rua Cleto Campelo do Salão 3S até a Prefeitura, cada vez mais descaracterizado com reformas e mudanças nas fachadas; o prédio centenário da Câmara Municipal onde funcionou o Grupo Escolar Cleto Campelo; o Mercado Público hoje Mercado Cultural que completou 101 anos no último 1º de fevereiro – a menina dos meus olhos quando fui Secretário de Turismo e Cultura (2011/2012); a residência na esquina da Rua João Pessoa com a Estevam Câmara, ao lado da Prefeitura. A Primeira Igreja Batista na Joaquim Didier e os dois últimos exemplares, obra do mesmo arquiteto gravataense do Cristo Redentor, Caetano Alves Varela: a casa de Raul Godoy na Agamenon Magalhães e a casa de Augusto Hollanda, na Amaury de Medeiros, 147–Alto da Boa Vista. Na periferia da cidade, na Fazenda Riacho do Mel, a Capela onde Frei Damião celebrou a 1ª Missa em solo brasileiro. O frade poderá, brevemente, ser reconhecido como Santo pela Igreja de Roma. O Turismo religioso é forte no Brasil.

Cristo Redentor “a ser tombado”/Foto: Internet

Abordo o assunto porque, em passado recente, ao chegar à cidade, me deparei com o “Bangalô da Rua Nova” em ruínas. Poderia haver um projeto de construção mista. Permitiria uma convivência pacifica entre o novo e o velho. Como as grandes mansões em Recife. Pior ainda foi a destruição do Pontilhão ferroviário, tombado pelo IPHAN que virou pó, em 2013. O Ministério Público mandou reconstrui-lo. Urge recupera-lo.

Neste momento, de pandemia quando a atividade turística foi uma das mais atingidas mundialmente, se o Prefeito acatar a sugestão, a nossa Gravatá teria uma solução criativa e muito barata para incrementar o seu consolidado turismo, principal atividade econômica do município, acrescentando atrações para fixar por maior tempo de permanência, os turistas e visitantes que buscam àquele destino.

Fonte: Ricardo Guerra – Jornalista – ABRAJET Pernambuco e Ex-Presidente da ABRAJET Nacional